sexta-feira, 11 de julho de 2025

A ORIGEM DE TUDO - O DIA 4 DA CRIAÇÃO

No quarto dia da criação, Deus formou o sol, a lua e as estrelas. Mas a luz já existia antes deles. De onde vinha essa luz? Neste estudo, veremos como a glória de Deus iluminou a criação desde o princípio e qual o papel dos luzeiros segundo a Bíblia.

14 ¶ Disse também Deus: Haja luzeiros no firmamento dos céus, para fazerem separação entre o dia e a noite; e sejam eles para sinais, para estações, para dias e anos.  15  E sejam para luzeiros no firmamento dos céus, para alumiar a terra. E assim se fez.  16  Fez Deus os dois grandes luzeiros: o maior para governar o dia, e o menor para governar a noite; e fez também as estrelas.  17  E os colocou no firmamento dos céus para alumiarem a terra,  18  para governarem o dia e a noite e fazerem separação entre a luz e as trevas. E viu Deus que isso era bom.  19  Houve tarde e manhã, o quarto dia.

Deus levou um dia inteiro para criar todos os corpos celestes. No quarto dia, Ele criou o sol, a lua, as estrelas, os planetas e todos os demais astros ou corpos celestes.

Ainda nesta sequência de estudos, abordaremos o polêmico tema envolvendo o tempo da criação. Será que cada dia representava um período de mil anos? Será que eram eras longas, e a linguagem usada foi apenas uma forma didática de resumir a criação para o nosso entendimento humano? Ou será que Deus criou tudo literalmente em sete dias? Esse tema será explorado em outro estudo.

Mas note algo curioso: no primeiro dia da criação, antes que qualquer corpo celeste existisse, ou melhor, antes mesmo de o sol ter sido criado, já havia luz. Deus disse:

“Haja luz. E houve luz.” (Gênesis 1:3, RA)

A luz foi criada no início, e ela não depende do sol para existir. Por isso, é possível haver luz mesmo à noite com o uso de lâmpadas. Antes da criação dos luzeiros, era a própria glória de Deus que iluminava a terra.

Essa luz que surgiu no início era real, física, visível e eficaz, suficiente para haver “tarde e manhã” (Gênesis 1:5). Ela foi criada diretamente pela Palavra de Deus e separada das trevas (Gênesis 1:4). Essa separação estabeleceu o ciclo de dia e noite, mesmo antes da criação do sol e da lua.

Portanto, já havia luz antes dos luzeiros serem criados, o que prova que a luz não depende do sol para existir.

A Glória de Deus como Fonte Inicial de Luz

Se a luz existia antes do sol e da lua, o que a sustentava? A Escritura não afirma diretamente, mas há uma forte indicação de que a luz criada no primeiro dia era uma manifestação da glória de Deus, que encheu e iluminou a criação.

Assim como Apocalipse 21:23 descreve a Nova Jerusalém:

“A cidade não precisa nem do sol nem da lua para lhe darem claridade, pois a glória de Deus a iluminou, e o Cordeiro é a sua lâmpada.”

E Apocalipse 22:5 reforça:

“Ali não haverá mais noite... porque o Senhor Deus brilhará sobre eles...”

Essa luz gloriosa é suficiente para iluminar, sustentar e dar vida. Antes dos luzeiros, a luz vinha diretamente de Deus, de sua presença gloriosa e ativa no ato criador. A terra, portanto, não estava no escuro até o quarto dia, mas era iluminada pela luz criada no primeiro dia, cuja fonte última era o próprio Deus.

Os Luzeiros Criados no Quarto Dia

No quarto dia, Deus criou o sol, a lua e as estrelas (Gênesis 1:16-19). Eles não criaram a luz, mas foram designados para governá-la, ou seja, passaram a regular e organizar o tempo, marcando dias, anos e estações. Eles também passaram a alumiar a terra de forma contínua e regular, como instrumentos do Criador.

Mas, é importante lembrar: eles não foram a origem da luz, apenas passaram a conduzi-la com ordem e constância.

A Luz Não Depende do Sol

Esse ponto é essencial: a luz existe independentemente do sol e da lua, assim como hoje podemos ter luz à noite com a ajuda de lâmpadas. Essa realidade nos ajuda a compreender que Deus é a verdadeira fonte da luz, e que os luzeiros foram criados apenas como meios secundários, com a função de governar a luz, marcar o tempo e alumiar a terra (Gênesis 1:14-15).

O próprio fato de já haver “tarde e manhã” nos três primeiros dias da criação (antes do quarto dia) prova que a terra já estava iluminada, mesmo sem os astros. E mais do que isso: o próprio percurso do tempo já existia. Ou seja, os ciclos de “tarde e manhã” indicam que o tempo já transcorria normalmente, como um período completo de 24 horas, mesmo sem o sol e a lua.

É como um relógio: ele não cria o tempo, apenas o mede. Mesmo que esse medidor não exista, o tempo continua a passar. Da mesma forma, o sol e a lua não criam o tempo, apenas o regulam. O tempo e a luz são sustentados pela ordem e poder da Palavra de Deus, desde o princípio.

Josué e a Soberania sobre os Luzeiros

Alguns poderiam pensar que o episódio em que Josué pede para que o sol e a lua parem durante a batalha contradiz a ideia de que os luzeiros apenas governam o tempo e não são a fonte da luz. No entanto, esse evento, na verdade, confirma ainda mais a soberania de Deus.

Durante a batalha contra os amorreus, Josué orou:

“Sol, detém-te em Gibeão, e tu, lua, no vale de Aijalom. E o sol se deteve, e a lua parou...” (Josué 10:12-13, RA).

Essa narrativa é descritiva, do ponto de vista humano (observacional), e mostra um milagre: Deus interrompeu o movimento dos luzeiros e prolongou a luz do dia, mostrando que eles obedecem à voz do Criador.

“E o sol se deteve... quase um dia inteiro.” (Josué 10:13, RA)

“Não houve dia semelhante a este... porque o Senhor pelejava por Israel.” (Josué 10:14, RA)

Isso mostra que o poder de regência dos luzeiros está debaixo da autoridade de Deus. Sendo o sol e a lua os astros que governam o dia e a noite (Gênesis 1:16-18, RA), eles obedeceram à voz do Criador. Deus, que estabeleceu sua função de marcar o tempo, suspendeu essa ordem natural temporariamente para cumprir Seu propósito.

A verdade é que, após Deus criar o sol e a lua, são eles que passam a governar o dia e a noite, são eles que passam a iluminar a terra, como que por um tempo. Pois, quando tudo for restabelecido, como vimos anteriormente, a glória de Deus é que iluminará a nova Jerusalém, e Jesus será a lâmpada que nos fará enxergar, mesmo sem sol, como foi no princípio, onde Deus manifestou a sua luz para iniciar a criação antes mesmo de os luzeiros serem criados (Apocalipse 21:23; Gênesis 1:3-5, RA).

A Luz e a Pessoa de Cristo

Alguns estudiosos sugerem que a luz criada por Deus no primeiro dia (Gênesis 1:3-5) seria o próprio Jesus Cristo. No entanto, essa interpretação deve ser avaliada com cuidado à luz das Escrituras.

A Bíblia afirma que o Filho é eterno e não criado:

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez.” (João 1:1-3, RA)

“Pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra... tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas.” (Colossenses 1:16-17, RA)

Logo, a luz criada no primeiro dia não pode ser o próprio Cristo, pois Cristo é o Criador, não uma criatura.

Contudo, essa luz reflete o caráter de Deus: ela traz ordem, clareza e propósito à criação, contrastando com as trevas e o caos iniciais. Assim, a luz criada é material e temporal, enquanto Jesus é eterno e espiritual. Mas há uma conexão simbólica importante.

Jesus declarou:

“Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará nas trevas, pelo contrário, terá a luz da vida.” (João 8:12, RA)

E também:

“Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.” (João 1:4-5, RA)

Essas afirmações mostram que Cristo é a verdadeira luz espiritual, que ilumina o entendimento, dá vida e conduz à salvação. Portanto, embora a luz do primeiro dia não seja o próprio Cristo, ela aponta para Ele: assim como muitos elementos na criação prefiguram verdades maiores reveladas plenamente em Jesus.

Em Apocalipse, vemos essa realidade consumada (Apocalipse 21:23), ou seja, no princípio, Deus criou a luz para iniciar a criação; no fim, a luz será o próprio Cristo glorificado: não uma luz criada, mas a manifestação eterna da glória divina.

Conclusão

Quando Deus disse “Haja luz”, criou a luz física e visível, independente de qualquer corpo celeste. Os luzeiros, criados no quarto dia, passaram a regular o tempo e iluminar a terra de forma constante, mas não eram e nunca foram a fonte primordial da luz.

Essa luz primeira possivelmente era a glória do próprio Deus iluminando a criação, e isso aponta para uma realidade futura: o mundo novo, sem sol nem lua, onde a luz será o próprio Senhor.

“Pela fé entendemos que foi o universo formado pela palavra de Deus...” (Hebreus 11:3)

A ciência pode explicar o comportamento da luz, mas a Bíblia revela sua origem: a Palavra criadora de Deus. A verdadeira fonte da luz é o Senhor: ontem, hoje e eternamente.

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