No relato da criação descrito em Gênesis 1, cada dia marca um avanço na organização e preparação da terra para abrigar a vida. Após separar a luz das trevas no primeiro dia, e ordenar a formação da expansão (o firmamento) no segundo, o terceiro dia se destaca como um ponto de grande transformação. Deus agora intervém diretamente na configuração física do planeta, reunindo as águas num só lugar e fazendo com que a porção seca apareça. Este ato marca o surgimento da terra firme e dos mares, conforme Seu comando soberano.
Mas o terceiro dia não se encerra com essa separação. Ele se
desdobra com uma nova ordem divina: que a terra produza vegetação: relva, ervas
que deem sementes e árvores frutíferas. Assim, o Criador estabelece um sistema
natural autossustentável, com espécies capazes de se multiplicar e manter o
equilíbrio da vida futura. Tudo ocorre com ordem, precisão e propósito,
preparando o cenário para os seres vivos que ainda seriam criados.
Este estudo aprofunda os eventos do terceiro dia da criação,
revelando como Deus formou o relevo da terra, organizou os mares e estabeleceu
a vegetação, destacando a sabedoria, o poder e a intencionalidade divina em
cada detalhe da criação. Ao examinarmos esse momento, percebemos que nada foi
feito ao acaso: cada elemento criado servirá de base para os próximos atos do
Deus Criador.
9 ¶
Disse também Deus: Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num só lugar, e apareça
a porção seca. E assim se fez. 10 À porção seca chamou Deus Terra e ao
ajuntamento das águas, Mares. E viu Deus que isso era bom.
Neste terceiro dia da criação, Deus dá continuidade à
organização da terra, que havia sido criada no princípio (Gênesis
1:1), mas ainda estava coberta pelas águas (Gênesis
1:2). Agora, Deus ordena: "Ajuntem-se as águas
debaixo dos céus num só lugar, e apareça a porção seca". Essa ordem divina
resultou na separação clara entre a parte seca, chamada "Terra", e os
grandes ajuntamentos de água, chamados "Mares".
A terra, que até então estava encoberta, é revelada pela
retirada ou deslocamento das águas. É possível compreender que Deus não apenas
revelou a terra, mas também agiu de maneira sobrenatural, elevando os terrenos
secos ou rebaixando os vales, moldando assim o relevo terrestre.
Essa compreensão é reforçada por uma bela descrição poética no Salmo
104:6-8, que diz:
“Com o
abismo, como com um vestido, a cobriste; as águas ficaram acima das montanhas.
À tua repreensão fugiram, à voz do teu trovão bateram em retirada. Elevaram-se
os montes, desceram os vales, até ao lugar que lhes determinaste.” (Salmos
104:6-8, ARA)
Esse texto salmístico sugere que a ação de Deus envolveu o
levantamento de montanhas e o rebaixamento de vales, para que as águas se
acomodassem nos limites que Ele mesmo determinou. Assim, Deus não apenas
separou, mas também deu forma ao relevo, preparando o ambiente ideal
para a vida.
Ao final desse ato criativo, Deus vê que tudo “era bom”. Isso
revela que a criação está sendo feita com ordem, propósito e perfeição. Nada é
aleatório, cada etapa prepara o caminho para a próxima. O aparecimento da terra
seca será fundamental, pois é nela que, no mesmo terceiro dia, Deus fará brotar
a vegetação.
11 E disse: Produza a terra relva, ervas que
dêem semente e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja
semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez. 12 A
terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo a sua espécie e
árvores que davam fruto, cuja semente estava nele, conforme a sua espécie. E
viu Deus que isso era bom. 13 Houve tarde e manhã, o terceiro dia.
Ainda no terceiro dia, após Deus organizar os mares e revelar a
porção seca da terra, Ele dá um passo essencial na preparação do planeta para a
vida: ordena que a terra produza vegetação, relva, ervas que deem sementes e
árvores frutíferas.
Essa sequência mostra claramente que a criação é ordenada e
intencional. Deus não cria de forma improvisada ou experimental, como quem
diz: "vamos ver no que vai dar". Pelo contrário, há um plano bem
definido e cada etapa cumpre um propósito específico. Antes de formar os
animais ou o ser humano, Deus cria o alimento necessário para sua subsistência.
Ele prepara primeiro o ambiente e os recursos, depois os seres que dele
dependerão.
A vegetação surge segundo suas espécies, com sementes em si
mesmas, o que demonstra um sistema completo de reprodução e continuidade. Essa
diversidade, “segundo a sua espécie”, aparece repetidamente no texto e revela a
perfeição da ordem natural criada por Deus, sem confusão nem desordem.
Portanto, no terceiro dia da criação:
- Deus
reúne as águas debaixo dos céus num só lugar;
- A
porção seca aparece, revelada ou elevada pela ação divina;
- À
parte seca Deus dá o nome de Terra, e às águas ajuntadas, Mares;
- Deus
ordena que a terra produza vegetação: relva, ervas com sementes e
árvores frutíferas, cada uma segundo a sua espécie;
- Tudo
isso acontece com ordem, propósito e sabedoria, e Deus contempla Sua obra
e vê que é boa.
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