quinta-feira, 11 de abril de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (3:13-26)

A Mensagem de Pedro: Culpa, Arrependimento e Salvação em Jesus

13  O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo.

Esse discurso é a continuação do contexto anterior, no qual Pedro expõe a multidão maravilhada pelo milagre do homem coxo. Pedro esclarece que não foi por seu poder que o milagre aconteceu, mas pela maravilhosa graça de Deus. Ele inicia o discurso direcionando a glória desse milagre para quem verdadeiramente merece: Jesus Cristo (Atos 3:12).

Agora, focando então no discurso de Pedro, quando Pilatos lava as mãos diante do povo, ele está, literalmente, dizendo: 'A culpa da morte de Jesus é de vocês, eu não me responsabilizo por isso'. No entanto, os judeus seguiram mesmo assim, contaminando e manipulando o povo de modo que todos gritassem: 'Crucifiquem-no' (Mateus 27:24-25).

 14  Vós, porém, negastes o Santo e o Justo e pedistes que vos concedessem um homicida.

Justo no sentido de que obedecia a todas as leis de Deus, e Santo no sentido de Santidade plena, separado das coisas impuras, más e imperfeitas, mas mesmo assim, preferiram dar liberdade a um homicida chamado Barrabás (Mateus 27:17; João 18:40).

15  Dessarte, matastes o Autor da vida, a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas.

Aqui está resumido praticamente todo o evangelho: Autor da vida: Jesus, tudo foi criado por Ele (João 1:3; Colossenses 1:16), mas o pecado contaminou tudo, então, Ele, Jesus, cancelou o pecado na cruz (Romanos 6:23; Colossenses 2:14-15), Deus ressuscitou não o pecado, mas somente a Cristo (Atos 2:24), e eles, os apóstolos, são testemunhas disso (Atos 1:8).

Existem diversos fatos que, há quase dois mil anos atrás, um homem realizou maravilhas diante dos homens. Há fatos, além da Bíblia, que provam que Jesus foi crucificado e sepultado (referências históricas, referencias arqueológicas, nosso próprio calendário, etc.). Não precisamos ter fé para acreditar nisso, é um fato, a história foi dividida entre antes e depois desse homem que morreu na cruz. Nisso, não precisamos ter fé, é um fato. Mas precisamos ter fé para acreditar que Ele ressuscitou (João 20:24-29), e acreditamos graças ao testemunho que esses apóstolos deram. Eles não negaram, foram mortos cruelmente e não negaram a ressurreição de Jesus Cristo (Atos dos Apóstolos 7:54-60; 12:1-2). Glória a Deus por isso! (Romanos 11:36)

16  Pela fé em o nome de Jesus, é que esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora vedes e reconheceis; sim, a fé que vem por meio de Jesus deu a este saúde perfeita na presença de todos vós.

Deixa claro aqui que o que restaurou a saúde desse homem foi a fé em Jesus Cristo. Em outras versões, diz que foi o poder de Jesus que restaurou o homem. Não foi a primeira vez em que a fé de outra pessoa operou. Lembram-se das pessoas que ressuscitaram? Estavam mortas, ou melhor, dormindo. A fé que tiveram para ressuscitar não veio delas, veio de alguém externamente. Foi o que aconteceu com Lázaro (João 11:43-44), foi o que aconteceu também com Jairo que implorou para Jesus ir até sua casa para restaurar a vida de sua filha que estava morta (Marcos 5:22-24, 35-43), aconteceu também com o centurião romano que teve fé e conseguiu, à distância, restaurar a saúde de seu servo que estava debilitado (Mateus 8:5-13).

Não estou querendo que você abandone a fé, ou que deixe de acreditar; o ponto que quero trazer é que por mais pequena que seja a sua fé (Mateus 17:20), se você tiver, ela já é suficiente; pode mover montanhas. Por mais que você tenha dificuldade em crer, apenas peça (Mateus 7:7); não temos porque não pedimos, diz Jesus Cristo.

17  E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância, como também as vossas autoridades; 18  mas Deus, assim, cumpriu o que dantes anunciara por boca de todos os profetas: que o seu Cristo havia de padecer.

Pedro destaca a eles que o que fizeram com Jesus Cristo foi feito por ignorância e que a sua morte já havia sido anunciada pelos antigos profetas. Essas profecias incluem passagens como Isaías 53:3-5, Salmos 22:16-18, Daniel 9:26, Miquéias 5:2 e Zacarias 12:10.

Pedro expõe àqueles que estariam arrependidos pelo que fizeram que a tomada de decisão em entregar Jesus à morte pode sim ter partido deles, dos judeus e de suas autoridades, mas tudo já fazia parte do plano divino da salvação (Atos 2:23, Atos 3:17-18). E a seguir, ele oferece a todos o caminho para se livrar da culpa que carregavam:

19  Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados,

Percebam o padrão na forma como eles evangelizam: primeiro os condenaram por terem matado Aquele que era Justo e Santo, e agora oferecem a todos os que estão ouvindo a solução para o 'problema' que criaram: arrependimento (Atos 2:36-38; Romanos 2:4).

A salvação depende da fé em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, e a fé nele nos transforma. Primeiramente, ela nos dá a compreensão de que somos pecadores e necessitamos de ajuda. Ao nos arrependermos, nos convertemos, ou seja, abandonamos o caminho em que estávamos e nos voltamos em direção a Cristo. Ele nos batiza com o Espírito Santo e nos torna propriedade sua (Atos 2:38; 1 Coríntios 6:19-20).

A fé em Jesus que nos salva deve estar acompanhada do arrependimento e da conversão. Onde não há arrependimento e conversão, não há fé verdadeira. Ter fé apenas por acreditar que Jesus existiu é a mesma fé que têm os demônios, que não apenas creem, mas tremem diante disso (Tiago 2:19). A fé genuína em Jesus nos conecta a Ele de tal maneira que somos transformados pelo Seu Espírito Santo, passando a viver de acordo com a Sua vontade (2 Coríntios 5:17).

20  a fim de que, da presença do Senhor, venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado, Jesus, 21  ao qual é necessário que o céu receba até aos tempos da restauração de todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a antiguidade.

Cristo significa "Ungido" ou "Escolhido", um título dado a Jesus como Messias, o Salvador esperado pelos Judeus. Pedro destaca que Jesus é aquele que foi designado como Salvador, é Ele o Messias prometido, e que Ele permanecerá nos céus por um tempo até que a restauração de todas as coisas se complete (Atos 3:20-21, Isaías 61:1-2). Esse tempo é incerto; não o conhecemos, mas foi previamente anunciado pelos profetas (Atos 3:18-19, Joel 2:28-32). Apesar de estarem transmitindo um evangelho novo, diferente do regime em que viviam, tudo isso já foi anunciado pelos profetas (Atos 3:24-25, Jeremias 23:5-6). Quanto à volta de Jesus, é tema para um estudo escatológico específico. Não sabemos quando isso ocorrerá, mas Jesus nos ensinou que saberemos quando esse tempo estiver próximo (Mateus 24:36-39, Daniel 12:8-9).

 22  Disse, na verdade, Moisés: O Senhor Deus vos suscitará dentre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. 23  Acontecerá que toda alma que não ouvir a esse profeta será exterminada do meio do povo. 24  E todos os profetas, a começar com Samuel, assim como todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias.

Pedro menciona um trecho do livro de Deuteronômio 18:15-19, falando sobre Moisés e como isso aponta para Jesus como o Messias. Ele também afirma que outros profetas depois de Samuel também falaram sobre Jesus, tanto antes como depois da cruz. Isso está de acordo com outras partes da Bíblia, como Isaías 53, que fala sobre o sofrimento de Jesus (Isaías 53:3-7), Miquéias 5:2, que prevê seu nascimento em Belém (Mateus 2:1-6), Jeremias 31:15, que profetiza sobre a lamentação em Ramá por causa da matança dos meninos (Mateus 2:16-18), e várias outras passagens de vários profetas que anunciaram o que aconteceu exatamente nos dias em que o Messias veio ao mundo trazendo a nossa salvação.

25  Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus estabeleceu com vossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência, serão abençoadas todas as nações da terra.

Após Pedro falar das profecias messiânicas, ele cita mais uma quando Deus prometeu a Abraão que na sua descendência, seriam abençoadas todas as nações da terra, e os chama, os que estavam ouvindo, de serem os próprios filhos dos profetas que anunciaram tudo isso e da própria aliança que Deus estabeleceu com o pai da fé, Abraão (Gênesis 12:3; Atos 3:25). Nessa mesma promessa, já vemos a graça de Deus sendo derramada a todas as nações da terra graças à obra salvadora do descendente de Abraão, Jesus Cristo (Gálatas 3:16).

26  Tendo Deus ressuscitado o seu Servo, enviou-o primeiramente a vós outros para vos abençoar, no sentido de que cada um se aparte das suas perversidades.

Quando Deus ressuscitou aquele que o serviu desde o princípio, enviou-o primeiramente aos judeus, aos filhos da promessa (Atos 3:26). A expressão servo é uma referência aos capítulos 52 e 53 do livro de Isaías (Isaías 52:13), referências essas que o povo judeu conhecia muito bem.

Ao falar sobre a necessidade de cada um se afastar de suas perversidades, ele está indicando que não haverá impacto positivo em nossa vida se apenas soubermos que Jesus morreu na cruz, mas não nos entregarmos completamente a Ele e ao que Ele nos ensinou.

A principal bênção que temos é sermos libertos do pecado, de modo que podemos nos afastar dele agora, pois não somos mais escravos do pecado (Romanos 6:6-7). Este texto é significativo porque resume a essência do evangelho cristão, que é a mensagem da salvação, do arrependimento e da mudança de vida através da obra redentora de Jesus Cristo, o Servo de Deus ressuscitado.

quinta-feira, 28 de março de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (3:1-12)

A Cura do Homem Coxo e o discurso de Pedro

“1 ¶ Pedro e João subiam ao templo para a oração da hora nona.

Ou seja, diariamente, às 15 horas, iam ao templo para orar. Eram judeus e continuaram a viver como judeus, e as práticas religiosas que eram diferentes da graça, como a observação cega do sábado, a presença de gentios à mesa ou a prática da circuncisão, foram sendo abandonadas conforme iam amadurecendo na graça de Deus (Romanos 6:14), porém, práticas comuns ao cristianismo como oração em comunhão com outros irmãos permaneceram (Efésios 6:18), bem como a observância de princípios bíblicos como a abstenção de ídolos (1 Coríntios 10:14), libertinagem sexual e várias outras práticas que sempre desagradaram ao nosso Deus (1 Tessalonicenses 4:3-5).

2  Era levado um homem, coxo de nascença, o qual punham diariamente à porta do templo chamada Formosa, para pedir esmola aos que entravam.

Este templo hoje não existe mais, foi destruído pelos romanos no ano 70 d.C. O que conhecemos hoje como Muro das Lamentações é um vestígio desse templo e continua a ser muito sagrado para os judeus (Mateus 24:2; Marcos 13:2; Lucas 21:6).

3  Vendo ele a Pedro e João, que iam entrar no templo, implorava que lhe dessem uma esmola.

O que sabemos é que esse homem aleijado de nascença era colocado todos os dias nessa entrada, e provavelmente Pedro e João o viram ali outras vezes até que finalmente deram atenção a ele. Hoje não é diferente daqueles dias; pessoas com deficiências são colocadas em locais estratégicos, como na porta de bancos ou na saída de lotéricas, esperando por pessoas com dinheiro para receber esmolas. Esse coxo não era diferente; era colocado onde o fluxo de pessoas era grande e contava com a compaixão das pessoas para ajudarem com esmolas.

 4  Pedro, fitando-o, juntamente com João, disse: Olha para nós. 5  Ele os olhava atentamente, esperando receber alguma coisa.

Esperando receber mais uma esmola, esse era o propósito do coxo ali presente; esperava alguma compensação por ser inválido, esse era o objetivo de estar ali na frente do templo. Em nenhum momento o texto dá a entender que ele estaria aguardando a cura de sua enfermidade, mas sim que o mesmo já estava conformado com ela.

 6  Pedro, porém, lhe disse: Não possuo nem prata nem ouro, mas o que tenho, isso te dou: em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, anda!

O que o coxo esperava era ouro e prata; ele não esperava que Pedro e João pudessem oferecer algo melhor a ele: a CURA DE SUA ENFERMIDADE.

Vale destacar uma coisa aqui: Pedro e João eram pobres, não porque se limitavam a ser pobres, mas sim porque Deus o determinou. Todos os apóstolos morreram pobres e martirizados, e isso não dependia deles terem um "pensamento positivo", declarar que eram ricos ou algo do tipo para fugir do propósito ao qual foram criados. O que quero dizer é que nem todos os filhos de Deus serão ricos financeiramente, e isso NÃO depende exclusivamente deles quererem, mas sim de Deus. Sim, é verdade que você precisa se empenhar, ser disciplinado, se especializar em sua área e ser organizado financeiramente, mas todo esse esforço será em vão se não for Deus quem edifica a sua casa:

 “1 ¶ Se o SENHOR não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o SENHOR não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela. 2  Inútil vos será levantar de madrugada, repousar tarde, comer o pão que penosamente granjeastes; aos seus amados ele o dá enquanto dormem.” (Salmos 127:1-2 RA)

Resumindo: Tenha cuidado com os homens que prometem riquezas, pois o texto deixa claro que sem a vontade de Deus, você não prosperará. Se for da vontade de Deus, o que outros conseguem com muito esforço, seus filhos ganharão enquanto dormem. Ou seja, as oportunidades aparecem, as conexões se formam, os clientes, negócios, tudo isso de forma generosa e sem esforço, como um presente de Deus para seus amados filhos.

7  E, tomando-o pela mão direita, o levantou; imediatamente, os seus pés e tornozelos se firmaram; 8  de um salto se pôs em pé, passou a andar e entrou com eles no templo, saltando e louvando a Deus.

Instantaneamente, não levou 5 meses para ser curado, foi curado pela Fé de Pedro em Cristo Jesus (Atos 3:16), e não pela fé do homem coxo, o mesmo só esperava pela esmola, conformado com isso nem imaginava que receberia desse homem para ele estranho, a cura de sua enfermidade.

Não é a primeira vez e não será a última em que a pessoa recebe a cura mesmo não tendo fé. A fé é sim determinante nessas situações, mas não necessariamente precisa partir de você. Não estou e nem quero incentivar a você a “terceirizar” a sua fé, mas o foco aqui seria para aqueles gurus espirituais que te ensinam que “você é capaz de tudo”, que você é quem determina o seu futuro, mas a verdade é que tudo depende da vontade de Deus (Provérbios 19:21). Alguém aqui tem dúvidas de que Paulo tinha fé? E por que ele não conseguiu ser atendido por Deus nas 3 vezes em que pediu a cura de sua enfermidade (2 Coríntios 12:7-9)? É porque não depende de nós, e nunca foi sobre nós, é sobre Jesus Cristo (2 Coríntios 5:15).

É fato que é a fé que nos salva, e é fato que Jesus declarou inúmeras vezes "a tua fé te salvou ou te curou" (Mateus 9:22; Marcos 5:34; Lucas 17:19), mas, assim como nesse caso do aleijado, a fé de outras pessoas foi determinante para a restauração física da pessoa. Podemos citar o caso do centurião romano (Mateus 8:13), a filha da mulher cananeia (Mateus 15:28), e até mesmo o paralítico curado pela ajuda dos amigos (Marcos 2:5). Há também outras passagens que demonstram que não devemos ser seres individualistas e independentes de Deus; somos seres coletivos e que precisamos de Deus em todas as áreas de nossa vida (1Coríntios 12:12-27, Romanos 12:4-5, João 15:5, Filipenses 4:13).

9  Viu-o todo o povo a andar e a louvar a Deus, 10  e reconheceram ser ele o mesmo que esmolava, assentado à Porta Formosa do templo; e se encheram de admiração e assombro por isso que lhe acontecera. 11  Apegando-se ele a Pedro e a João, todo o povo correu atônito para junto deles no pórtico chamado de Salomão. 12 ¶ À vista disto, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: Israelitas, por que vos maravilhais disto ou por que fitais os olhos em nós como se pelo nosso próprio poder ou piedade o tivéssemos feito andar?

Em nenhum momento o povo estava admirado pela fé do homem coxo, está claro aqui que o poder de Deus não necessariamente se limita à fé dos homens (Atos 3:1-10). A misericórdia de Deus nos alcançou não porque acreditamos primeiro, mas porque Ele nos amou primeiro:

“Nós amamos porque ele nos amou primeiro.” (1 João 4:19 RA)

Isso não tira de nós a responsabilidade de acreditar, de orar (Hebreus 11:6), mas quando nossos desejos prosperam, a glória não deve ser direcionada a "nossa" fé, essa fé que fez acontecer também é dada por Deus, ACONTECEU PQ VC ACREDITOU, mas você acreditou por causa da misericórdia de Deus (Efésios 2:8-9).

Percebam no texto que o povo reconheceu que o homem que louvava a Deus junto com Pedro e João era o aleijado que diariamente sentava na entrada do templo. Causou espanto verem aquele homem curado, em pé, e de imediato, temeram a Pedro e a João, dando a eles a glória pelo milagre ocorrido. Mas mais que “imediatamente”, os dois já deixariam claro a todos que a manifestação que houve ali não provinha do poder deles, e sim de Deus.

Não perca tempo negando a honra ou glória que lhe são dadas; em vez disso, atribua imediatamente a Deus (João 3:30). A Bíblia nos ensina a reconhecer que toda glória e mérito verdadeiros pertencem a Deus, conforme está escrito:

'Eu sou o Senhor; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória nem a imagens o meu louvor' (Isaías 42:8).

Quando nos apropriamos indevidamente da glória que deveria ser atribuída a Deus, estamos desviando o foco do seu merecido reconhecimento, o que pode levar a consequências trágicas causadas pela soberba. A Bíblia adverte que:

'o orgulho precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda' (Provérbios 16:18).

Portanto, devemos humildemente reconhecer a soberania e grandeza de Deus (Salmos 95:3), evitando qualquer forma de arrogância (Provérbios 11:2), autopromoção (Filipenses 2:3-4), desejando que as pessoas nos bajulem por algo que não vem de nós, vem de Deus (1 Coríntios 4:7), esse tipo de vaidade nos afasta do caminho da verdade (2 Timóteo 4:3-4) e daquilo que agrada a Deus (Colossenses 3:23-24).

sexta-feira, 8 de março de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (2:42-47)

DOUTRINAS APOSTÓLICAS E A EVOLUÇÃO DA IGREJA

42 ¶ E perseveravam na doutrina dos apóstolos e na comunhão, no partir do pão e nas orações.

Apesar de ainda estarem em processo de amadurecimento, os irmãos permaneciam firmes na obediência aos primeiros ensinamentos dos apóstolos. Não é à toa que uma das doutrinas ensinadas, o batismo, continuava sendo observada entre eles. No entanto, ao longo da história, eles começaram a compreender que a graça é suficiente e que a salvação depende exclusivamente da fé em Jesus Cristo, não pelas obras da lei (Efésios 2:8-9). Eles perceberam que nem mesmo atos simbólicos como o batismo eram necessários para alcançar a graça de Deus, mas apenas a fé.

Com relação a Paulo, ele não enfatizava o batismo nas águas como uma doutrina fundamental. No entanto, encontramos vários ensinamentos específicos de Paulo às igrejas que, subsequentemente, se tornaram doutrinas, tais como a forma de eleger líderes espirituais (1 Timóteo 3:1-7), o comportamento dos cônjuges (Efésios 5:22-33), a justificação pela fé (Romanos 3:28), a santificação (1 Tessalonicenses 4:3-7), a graça de Deus (Efésios 2:8-9), a ressurreição dos mortos (1 Coríntios 15:12-58), o papel da igreja (Efésios 4:11-16), o amor fraternal (1 Tessalonicenses 4:9-10), a segunda vinda de Cristo (1 Tessalonicenses 4:16-17), entre outros.

43  Em cada alma havia temor; e muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos.

Esse temor a Deus é o que parece estar um pouco ausente nos dias atuais. Ao contrário do que a Bíblia ensina, muitos afirmam que já não é mais necessário temer a Deus, argumentando que ele nos chama de amigos e um amigo não prejudica o outro. Baseiam-se essa afirmação na fala seguinte fala de Jesus:

“Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho dado a conhecer.” (João 15:15 RA)

No entanto, há uma questão de interpretação nesse ponto. Quando Deus nos chama de amigos, Ele claramente nos ensina que agora não somos mais como servos que precisam ser cobrados diariamente para cumprir suas funções, mas como amigo, sabemos o que nosso Senhor quer e não precisamos mais ser lembrados.

Ao chamar o homem de amigo, não implica que Ele esteja se rebaixando ou se igualando aos homens, mas o contexto nos ensina que essa designação indica uma relação na qual o amigo compreende os desejos do outro e, portanto, não necessita ser constantemente lembrado de suas responsabilidades, como era com as leis. Contudo, ao conferir ao homem o título de amigo de Deus, isso implica na responsabilidade de tratá-lo com amizade e buscar agradá-lo. Ser amigo de Deus não justifica comportamentos folgados, inconvenientes ou desrespeitosos, pois tais atitudes não são características de uma verdadeira amizade, mas sim de aproveitadores (Tiago 4:4).

COMUNISMO NA BÍBLIA? UMA ANÁLISE DE ATOS 2:44-45

44  Todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum. 45  Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade.

Comunistas e socialistas costumam citar essa passagem para afirmar que Deus governava dessa forma. Mas durante o crescimento da igreja, observamos muitas doutrinas que eram praticadas no início e que foram sendo extintas ou aprimoradas ao longo do tempo. Sobre a questão de compartilhar tudo entre todos, foi uma das práticas que foi aprimorada.

Infelizmente, esse tipo de governo iguala todos em um mesmo patamar: a pobreza. Mesmo entre irmãos, há aqueles que querem comer sem querer trabalhar (2 Tessalonicenses 3:10). Esse tipo de governo atrai e cria muitos preguiçosos que apenas desejam se sustentar às custas de outros, buscando apenas serem mantidos, e isso pode até funcionar inicialmente quando têm riquezas compartilhadas por outros, mas eventualmente essas riquezas se esgotam. Quando isso acontece, gera pobreza e fome para todos os envolvidos.

Essa situação ocorreu posteriormente com esse grupo de pessoas, pois, ao compartilharem tudo, passaram por um período difícil no qual precisaram ser socorridos por outras igrejas por meio de ofertas, para que os irmãos em Jerusalém pudessem superar a fome (Atos 11:29).

46  Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, 47  louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos.” (Atos 2:1-47 RA)

Toda essa “prosperidade” que temos visto aqui, toda essa união, comprometimento e hospitalidade, são frutos da pregação “terrorista” que vimos Pedro fazer anteriormente (Atos 2:14-40). Não podemos reclamar hoje que nossas igrejas são frias e continuar a ser complacentes com a pregação do “amor”. Sim, Deus é amor (1 João 4:8), mas não esse Deus que alguns pregam por aí:

“Ah, Deus é amor e Ele não fará nada muito radical só porque eu não quero ter uma vida santa. Aceito Cristo sim, mas quero continuar aqui, ok? Porque Deus me ama… aquele Deus do dilúvio (Gênesis 7:10-24) não existe mais, o Deus de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19:24-25) também não. Deus é AMOR, ele me ama e não me condenará eternamente por causa de um pecadinho feito nesse curto período em que estamos aqui.”

Isso não é o evangelho, irmão, isso é uma armadilha de Satanás (1 Pedro 5:8). Devemos estar vigilantes e verificar se estamos realmente na fé ou se ainda estamos agindo por vontade própria, escravos de nossas emoções e prazeres (Gálatas 5:16-26).

sexta-feira, 1 de março de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (2:37-41)

O IMPACTO DA PREGAÇÃO: TRÊS MIL CONVERSÕES EM UM DIA

37 ¶ Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes (ficou aflito) o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? 38  Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. 39  Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar.

Volte um pouco e leia o estudo anterior ou os versículos anteriores dessa passagem para lembrar do discurso de Pedro, especialmente sobre o fim dos tempos e de como será terrível para aqueles que não temem ao Senhor.

Então, as pessoas ali apreensivas, com medo sim do que aconteceria com suas almas, pois cientes estavam de seus pecados, perguntaram a Pedro e aos apóstolos ali presentes, "O QUE FAREMOS AGORA?" A resposta é categórica: "ARREPENDEI-VOS, E SEJAIS BATIZADOS NO NOME DE JESUS CRISTO." (Atos 2:38)

Como vimos em estudos anteriores, quem crê em Jesus Cristo é batizado pelo seu Santo Nome, ou seja, é batizado pelo seu Santo Espírito. Apenas se arrepender não é a solução; certamente Judas se arrependeu do que fez, mas o arrependimento deve estar acompanhado e direcionado à fé em Jesus Cristo. Apenas crer que houve um homem que morreu há dois mil anos é a única solução? Como diz Tiago: "Os demônios também creem e tremem de medo dEle" (Tiago 2:19), Tiago, considerado IRMÃO DE CRISTO, filho de Zebedeu.

“16  Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci, para te constituir ministro e testemunha, tanto das coisas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda, 17  livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, 18  para lhes abrires os olhos e os converteres das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim.” (Atos 26:16-18 RA)

“e que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações, começando de Jerusalém.” (Lucas 24:47 RA)

Perceba nos versos acima que existe uma estrutura para a salvação: ARREPENDER-SE, BATIZAR-SE E RECEBER O PERDÃO DOS PECADOS ( ver também Marcos 16:16). É bem verdade que Deus dá tempos para as pessoas se arrependerem, mas não temos todo o tempo do mundo para isso. A salvação já nos foi entregue naquela Cruz; logo, tudo o que fizermos será obviamente APÓS a obra de Cristo. Ele nos salvou primeiro para depois nos chamar através da pregação da FÉ, mas existe um processo de salvação. Todo aquele que sinceramente crer em Cristo, se arrepende de seus pecados e se converte — conversão significa estar indo em uma direção e agora mudou, já não vai mais para onde estava indo — se arrepender é isso. Não pense que você pode dizer ser salvo porque acredita que Cristo morreu por você, mas ainda continua a ser o mesmo que era antes. Prove-se se está na fé.

“Examinai-vos a vós mesmos se realmente estais na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não reconheceis que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados.” (2 Coríntios 13:5 RA)

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos para serem cancelados os vossos pecados,” (Atos 3:19 RA)

“Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te.” (Apocalipse 3:19 RA)

40  Com muitas outras palavras deu testemunho e exortava-os, dizendo: Salvai-vos desta geração perversa. 41  Então, os que lhe aceitaram a palavra foram batizados, havendo um acréscimo naquele dia de quase três mil pessoas.

"Ah, mas esse tipo de pregação 'terrorista' não funciona." No entanto, naquele dia, quase três mil pessoas foram acrescidas à igreja (Atos 2:41). "Ah, mas isso é muito antigo, hoje a forma de pregar tem que ser diferente." Por quê!? Deus é o mesmo, Cristo é o mesmo (Hebreus 13:8), os tempos são outros, mas os pecados são os mesmos (Romanos 3:23), o evangelho continua e sempre será o mesmo (Mateus 24:35). Por mais que os ministérios possam ser diversos, o evangelho será apenas um. Temos que entender que não estamos aqui para falar às pessoas o que elas querem ouvir; nossa missão é dizer a elas o que elas têm que ouvir (2 Timóteo 4:2-3).

quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (2:14-36)

O DISCURSO DE PEDRO: ADVERTÊNCIAS E EXPLICAÇÕES

14 ¶ Então, se levantou Pedro, com os onze; e, erguendo a voz, advertiu-os nestes termos: Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras.

Finalmente, depois da manifestação desse grande milagre e do cumprimento da promessa de Jesus de enviar ao mundo seu Santo Espírito, após a manifestação desse Espírito sobre os crentes ali presentes, após o sinal dado por Deus aos homens, fazendo o Espírito Santo se manifestar nos crentes através de profecias e do dom de falar em outras línguas, Pedro assume a tribuna, exercendo seu papel de líder. Ele começa a explicar o que está acontecendo e a dissipar as dúvidas daqueles que estavam perplexos e indagando sobre o que estava acontecendo. Pedro combate a primeira "fake news" sobre esse espetáculo, refutando aqueles que estavam considerando tudo aquilo como um circo e acreditando que os crentes estavam embriagados.

15  Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia.

Pedro não usa argumentos frágeis para afirmar que eles não estavam embriagados, dizendo: "São todos meus conhecidos, eu garanto a vocês que eles não estão embriagados." Não, Pedro utiliza um argumento que teria mais credibilidade para todos, ao mencionar o horário do dia para afirmar que dificilmente haveria pessoas embriagadas ali nas primeiras horas do dia. Alguns podem até pensar que Pedro estava falando à noite, por volta das 9 horas, já que os judeus começam um novo dia a partir do pôr do sol, ao contrário de nós, que começamos à meia-noite. Mas pelo contexto, as três primeiras horas do dia referem-se ao nascer do sol. Nem todos ali haviam almoçado, apesar de ser uma festa. Ainda era cedo para que as pessoas estivessem embriagadas, considerando a cultura local.

16  Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: 17  E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; 18  até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão.

O que estava acontecendo ali era, sim, o cumprimento da promessa feita por Jesus aos apóstolos, mas essa promessa não foi feita de última hora. Todo o plano de Deus já estava traçado; o que faltava era alguém executá-lo completamente, indo até o fim. Jesus foi aquele que venceu. Pergunto-me, Deus poderia ter perdido seu filho para Satanás? Tinha algo a se perder no plano que Deus fez? Ele entregaria Jesus para morrer em nosso lugar, mas e se Satanás conseguisse convencê-lo do contrário? Era possível? E se Satanás, quando tentou, tivesse tido êxito? Para Deus, a entrega de Jesus aos homens foi fácil porque tinha tudo "garantido"? Ele correu risco? Pois assim como o homem se corrompeu e se enganou com Satanás, assim como a terça parte dos anjos se enganou também, Jesus poderia também ter sido enganado? Mas Cristo triunfou. Ele venceu toda e qualquer tentação. Ele tem a honra de ter o nome sobre todo nome por causa da obra que fez naquela cruz. Glória a Deus por isso, por ter confiado o plano da salvação a Jesus, aquele que foi fiel até o fim. (Filipenses 2:9)

19  Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra: sangue, fogo e vapor de fumaça. 20  O sol se converterá em trevas, e a lua, em sangue, antes que venha o grande e glorioso Dia do Senhor. 21  E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.

Pedro termina com a citação da profecia em Joel. Percebam que ele citou a profecia sobre o que tinha acabado de acontecer, mas continuou a citar o restante da profecia, falando dos sinais que antecederiam o glorioso dia do Senhor (Atos 2:16-21).

Os sinais no céu se referem às estrelas caindo como figos de uma figueira sacudida, e os sinais embaixo da terra se referem a terremotos, não somente os mesmos que costumamos ver em países com esse histórico, mas terremotos em todas as partes da terra.

Sobre o sol se transformar em trevas e a lua em sangue, não quer dizer que literalmente vai acontecer isso, mas a lua ficará avermelhada na cor de sangue, e isso já é um fenômeno conhecido e batizado de lua sangrenta, que ocorre durante um eclipse lunar. Ou seja, o sol fica atrás da terra, e a lua fica pouco iluminada, dando a ela uma aparência avermelhada, especialmente durante uma superlua, que é a lua cheia mais próxima da terra. Outra situação em que a lua pode ficar avermelhada como sangue é quando os céus estão cheios de fumaça, causando pouca luminosidade, e tanto a lua quanto o sol podem parecer escurecidos por conta da fumaça. E que fumaça? A fumaça das cidades em chamas, como foi o caso de Sodoma e Gomorra.

A escatologia dos fins do mundo narrada no Apocalipse oferece mais insights sobre esses eventos:

“12  Vi quando o Cordeiro abriu o sexto selo, e sobreveio grande terremoto. O sol se tornou negro como saco de crina, a lua toda, como sangue, 13  as estrelas do céu caíram pela terra, como a figueira, quando abalada por vento forte, deixa cair os seus figos verdes, 14  e o céu recolheu-se como um pergaminho quando se enrola. Então, todos os montes e ilhas foram movidos do seu lugar. 15  Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes 16  e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós e escondei-nos da face daquele que se assenta no trono e da ira do Cordeiro, 17  porque chegou o grande Dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?” (Apocalipse 6:12-17 RA)

Percebam que primeiramente Pedro "aterrorizou" a todos com a profecia de Joel sobre como serão os finais do tempo, como será poderosa a mão de Deus sobre toda a terra, de como tudo e todos tentarão fugir da presença deles, mas agora ele começa a mostrar a eles a BOA NOTÍCIA, o verdadeiro evangelho. Após aterrorizá-los, Pedro fala a eles sobre aquele que pode salvá-los desse dia terrível:

22  Varões israelitas, atendei a estas palavras: Jesus, o Nazareno, varão aprovado por Deus diante de vós com milagres, prodígios e sinais, os quais o próprio Deus realizou por intermédio dele entre vós, como vós mesmos sabeis;

Todos ali conheciam a história de Jesus Cristo; a notícia corria rápido, de boca em boca. Pessoas eram trazidas de longe, ou vinham de longe para buscar a cura de suas enfermidades junto a Jesus. Quem de fato não cria nele, pelo menos ouvia falar no "tal" Jesus que andava sobre as águas (Mateus 14:25), ressuscitava mortos (João 11:43-44), curava leprosos (Mateus 8:2-3), e todos esses milagres que Jesus realizou perante aquelas pessoas eram prova de que o mesmo era aprovado por Deus.

23  sendo este entregue pelo determinado desígnio e presciência de Deus, vós o matastes, crucificando-o por mãos de iníquos;

Pela presciência de Deus (1 Pedro 1:2), Presciência é a capacidade de prever o futuro, isso prova que todo o plano da salvação não foi se desdobrando e acontecendo conforme a história ia avançando, não, tudo foi planejado, e Cristo foi aquele que cumpriu tudo, foi fiel até o fim. Não foi somente aqui em que algum personagem bíblico declara Deus com essa capacidade de prever o futuro. O próprio Pedro, lá na frente em uma de suas cartas diz:

“eleitos, segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e a aspersão do sangue de Jesus Cristo, graça e paz vos sejam multiplicadas.” (1 Pedro 1:2 RA)

A nossa eleição parte de Deus, e não de nós, isso entra na área de predestinação, ou seja, fomos criados e predestinados a sermos salvos por Cristo (Efésios 1:4), mas é uma área muito polêmica e não quero entrar em detalhes ainda sobre esse tema.

24  ao qual, porém, Deus ressuscitou, rompendo os grilhões da morte; porquanto não era possível fosse ele retido por ela.

Após Pedro ter "aterrorizado" a todos com a profecia de Joel, ele finalmente começa a falar de Jesus, mencionando Sua ressurreição e como a morte seria incapaz de mantê-Lo morto. Pedro segue explicando, desta vez citando Davi. Davi era e ainda é um ancestral muito importante para os judeus. Veja uma das promessas (profecias):

“6  Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; 7  para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto.” (Isaías 9:6-7 RA)

“5  Eis que vêm dias, diz o SENHOR, em que levantarei a Davi um Renovo justo; e, rei que é, reinará, e agirá sabiamente, e executará o juízo e a justiça na terra. 6  Nos seus dias, Judá será salvo, e Israel habitará seguro; será este o seu nome, com que será chamado: SENHOR, Justiça Nossa.” (Jeremias 23:5-6 RA)

Os judeus aguardavam sim um descendente de Davi, mas ficaram de certa forma frustrados porque aquele que fez sinais milagrosos na frente deles morreu, e não reinou como eles esperavam, não assumiu o trono ou a "presidência" imediatamente e começou a fazer justiça como as profecias previam. Isso explica porque os apóstolos questionaram Jesus se aquela hora, a hora em que permaneceu com ele 40 dias, seria o momento em que tornaria Israel novamente uma nação soberana, achavam que Jesus já tinha voltado para cumprir com a profecia (Atos 1:6), mas como vimos, ainda não era tempo para isso, e Cristo trabalha até hoje ainda restaurando tudo para quando voltar, aí sim estabeler o seu reino aqui na terra.

25  Porque a respeito dele diz Davi: Diante de mim via sempre o Senhor, porque está à minha direita, para que eu não seja abalado. 26  Por isso, se alegrou o meu coração, e a minha língua exultou; além disto, também a minha própria carne repousará em esperança, 27  porque não deixarás a minha alma na morte, nem permitirás que o teu Santo veja corrupção. 28  Fizeste-me conhecer os caminhos da vida, encher-me-ás de alegria na tua presença.

O texto diz aqui que o próprio Davi profetizou sobre a ressurreição, e aqui está a explicação de que a morte não poderia deter Cristo, pois já estava profetizado de que o próprio Deus não deixaria a alma dEle na morte, não permitiria que o TEU SANTO VEJA CORRUPÇÃO. Mas tem um probleminha nessa profecia. Da forma que está escrita, os judeus interpretavam que Davi estava falando dele mesmo, e o texto frio dá sim exatamente essa interpretação, mas Pedro agora dá a todos o real entendimento desta passagem, e como foi possível Pedro entender isso? Lembram, Cristo deu a eles o entendimento das escrituras sagradas (Lucas 24:45).

29  Irmãos, seja-me permitido dizer-vos claramente a respeito do patriarca Davi que ele morreu e foi sepultado, e o seu túmulo permanece entre nós até hoje. 30  Sendo, pois, profeta e sabendo que Deus lhe havia jurado que um dos seus descendentes se assentaria no seu trono, 31  prevendo isto, referiu-se à ressurreição de Cristo, que nem foi deixado na morte, nem o seu corpo experimentou corrupção.

Diferentemente do que se referia o texto, a profecia de Davi não era a ele mesmo, mas sim sobre Jesus Cristo. Davi foi sepultado e ainda permanece em seu túmulo até os dias de hoje, mas, diferentemente, Cristo foi ressuscitado, ELE VIVE, não experimentou a morte e seu corpo não sofreu corrupção, ou seja, não foi degradado com o tempo. Não ficou apenas em ossos; em apenas três dias, seu corpo já viraria incorruptível e ressuscitaria em glória eterna.

O próprio Cristo já havia ensinado aos fariseus que estavam enganados quanto às profecias de Davi, e uma delas podemos encontrar no verso abaixo:

“41 ¶ Reunidos os fariseus, interrogou-os Jesus: 42  Que pensais vós do Cristo? De quem é filho? Responderam-lhe eles: De Davi. 43  Replicou-lhes Jesus: Como, pois, Davi, pelo Espírito, chama-lhe Senhor, dizendo: 44  Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés? 45  Se Davi, pois, lhe chama Senhor, como é ele seu filho?” (Mateus 22:41-45 RA)

O próprio Cristo aqui nos ensina que, apesar de ter nascido de Maria, descendente de Davi, e seu pai adotivo José ser também descendente, Ele era sim descendente de Davi, mas não filho. Ele é filho do Deus Altíssimo. Vimos já no primeiro verso do Novo Testamento Jesus sendo anunciado como filho de Davi e filho de Abraão (Mateus 1:1). Vimos pessoas clamando a ele e o chamando de filho de Davi, mas apenas para cumprir as Escrituras e mostrar ao povo de Israel que já nasceu o Salvador. A espera por outro será em vão e catastrófica para quem assim o fizer. Jesus é filho de Deus, e por isso Cristo os corrigiu.

32  A este Jesus Deus ressuscitou, do que todos nós somos testemunhas.

Todos aqueles que ali estavam profetizado em outras línguas eram testemunhas de que Cristo ressuscitou dos mortos.

33  Exaltado, pois, à destra de Deus, tendo recebido do Pai a promessa do Espírito Santo, derramou isto que vedes e ouvis. 34  Porque Davi não subiu aos céus, mas ele mesmo declara: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, 35  até que eu ponha os teus inimigos por estrado dos teus pés. 36  Esteja absolutamente certa, pois, toda a casa de Israel de que a este Jesus, que vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.

Agora Pedro cita a mesma referência que Cristo anteriormente havia explicado aos fariseus (Mateus 22:41-46). A passagem que Cristo ensina sobre as profecias de Davi sobre o messias era conhecida de muitos ali, as palavras daquele que fez sinais e maravilhas eram conhecidas de muitos, e quando Pedro relembra-os que Cristo já os havia chamado a atenção sobre o verdadeiro entendimento das escrituras sagradas, reconheceram que tinham crucificado o verdadeiro messias prometido (continua no próximo estudo (Atos 2:37-41)).

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (2:5-13)

PENTECOSTES: UM EVENTO MULTICULTURAL - O IMPACTO DO DOM DAS LÍNGUAS

5 ¶ Ora, estavam habitando em Jerusalém judeus, homens piedosos, vindos de todas as nações debaixo do céu.

A depender do contexto, quando se refere a judeu, o autor do livro estará se referindo a moradores da Judéia. Os israelitas que voltaram do cativeiro para a província da Judéia e seus descendentes passaram a ser chamados de judeus porque a maioria deles era da tribo de Judá (Ed 4.12; Ne 1.2). No Novo Testamento, o termo também é usado para aqueles que seguiam o judaísmo e que, às vezes, atacavam a fé cristã, chegando a perseguir os cristãos.

A festa de Pentecostes era comemorada por judeus. O autor do texto menciona que em Jerusalém habitavam judeus piedosos, ou seja, homens religiosos. Esses judeus não necessariamente eram nativos, pois o texto deixa claro que havia judeus ali reunidos cuja nacionalidade materna pertencia a todas as nações debaixo da terra. Podemos até nos perguntar se ali viviam argentinos, colombianos, chilenos, norte-americanos, brasileiros, mas devemos lembrar que isso ocorreu quase 2 mil anos atrás. Nossa América viria a ser descoberta cerca de 1500 anos após o evento de Pentecostes. Não havia representantes das nacionalidades americanas naquele momento. Para o autor, o "mundo" se limitava à Europa, Ásia e África.

6  Quando, pois, se fez ouvir aquela voz, afluiu a multidão, que se possuiu de perplexidade, porquanto cada um os ouvia falar na sua própria língua.

Todos os que estavam ali presentes, fossem de qualquer parte do mundo, ouviram em sua própria língua materna o que os galileus, inspirados pelo Espírito Santo, falavam. Essa informação é importante para lembrarmos durante o estudo de Atos que as línguas estranhas eram estranhas somente para aqueles que não as entendiam. Para quem conhecia outros idiomas, ouvir algum desses galileus falar significava entender o que ele dizia. Em outras palavras, para quem não conhecia o idioma egípcio, soava como uma língua estranha, mas para quem era natural de lá, conseguia entender o que diziam. Língua estranha não era uma linguagem indecifrável ou mesmo o idioma de anjos; eram idiomas humanos diversos.

 7  Estavam, pois, atônitos e se admiravam, dizendo: Vede! Não são, porventura, galileus todos esses que aí estão falando?

Quando o Espírito Santo desceu sobre as pessoas, ele não caiu sobre todos os que estavam presentes. Percebemos que os judeus que estavam lá apenas ouviam os galileus profetizarem. Lembrem-se do que os anjos disseram quando eles ainda estavam olhando para o céu, após Jesus ter sido elevado aos céus:

“e lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu virá do modo como o vistes subir.” (Atos 1:11 RA)

O Espírito Santo só foi derramado sobre aqueles que tinham fé em Jesus Cristo; não se manifestou sobre aqueles que não O conheciam. Isso sempre foi assim, desde o início, mesmo no Antigo Testamento, agindo apenas naqueles que eram tementes a Deus e O obedeciam. E continua sendo assim: o Espírito Santo batiza somente através da fé em nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. É somente a partir do momento em que a pessoa crê em Jesus que o Espírito Santo batiza. Essas pessoas, os galileus, tanto os apóstolos como as mais de 120 pessoas que andavam com eles, todos criam em Cristo, e todos estavam aguardando a promessa que o próprio Cristo lhes fez 10 dias atrás.

8  E como os ouvimos falar, cada um em nossa própria língua materna?

Os judeus que ali viviam e que estavam celebrando o Pentecostes pertenciam a vários outros povos; muitos dos presentes eram judeus estrangeiros, ou seja, nasceram e/ou vieram de outra nação. Sua origem é de uma outra nacionalidade, mas tornaram-se judeus. O Judaísmo é uma prática religiosa, e qualquer pessoa que deseje praticá-lo pode fazê-lo através das leis judaicas, podendo converter-se a essa fé (Êx 12:48). Qualquer ser humano, de qualquer raça, pode tornar-se judeu.

Os primeiros judeus são israelitas, e o Judaísmo tem suas raízes lá, mas isso não significa que todo israelita seja judeu; muito pelo contrário. Embora o Judaísmo seja atualmente a religião predominante, o Islamismo também é amplamente praticado, e o Cristianismo, embora em menor escala. Nos tempos de Jesus, os samaritanos competiam com os judeus; eram um povo étnico e religioso frequentemente mencionado nas escrituras como rivais ou oponentes do ensino judaico (Lucas 9:51-56). No entanto, Jesus demonstrou grande misericórdia para com eles, como evidenciado principalmente na parábola do bom samaritano (Lucas 10:25-37).

 9  Somos partos, medos, elamitas e os naturais da Mesopotâmia, Judéia, Capadócia, Ponto e Ásia, 10  da Frígia, da Panfília, do Egito e das regiões da Líbia, nas imediações de Cirene, e romanos que aqui residem, 11  tanto judeus como prosélitos, cretenses e arábios. Como os ouvimos falar em nossas próprias línguas as grandezas de Deus?

Como mencionado anteriormente, o continente americano foi descoberto em 1492 d.C., enquanto o continente mais recentemente descoberto, a Antártida, foi avistado por volta de 1800 d.C. Nesta lista, não estão citados os povos da Oceania, hoje conhecidos principalmente como australianos ou os habitantes das ilhas Fiji. Entretanto, há dois mil anos, viviam nessas ilhas uma variedade de povos indígenas, assim como na América. A tribo mais conhecida que habitava a Oceania dois mil anos atrás, acredito que sejam os Aborígenes australianos.

Em relação aos outros três continentes, podemos citar exemplos como Roma na Europa e o Egito na África. No continente Asiático, há várias referências, como os Partos e os Medos. Naquela época, a divisão dos continentes que conhecemos hoje era muito diferente; o que o autor chama de Ásia antigamente engloba vários outros povos que foram mencionados.

É fato que todas essas regiões possuíam idiomas distintos, o que levava os judeus a perguntarem: "Como podemos ouvi-los em nossa própria língua materna?" Cada região tinha seu próprio idioma local, então imagina como era para os judeus ouvirem mais de 120 pessoas falando ao mesmo tempo em diferentes línguas.

 12  Todos, atônitos e perplexos, interpelavam uns aos outros: Que quer isto dizer? 13  Outros, porém, zombando, diziam: Estão embriagados!

Logicamente, quando alguns judeus estrangeiros ouviram um galileu falar em sua própria língua materna, ficaram espantados e perplexos, indagando o que isso significaria. O que Pedro fez, então, foi exatamente isso: explicar o que significava (Atos 2:7-12). No entanto, para os judeus nativos, o que parecia era um show de horrores; parecia-lhes que um monte de gente louca, ou mesmo bêbada, estava falando coisas sem sentido e sem coerência, principalmente sem compreensão. Podem ter certeza de que, assim como hoje existem pessoas que copiam comportamentos de outras, por exemplo, se alguém em uma determinada igreja ouve outra pessoa falar em uma língua "estranha" e é "aplaudida", a mesma pessoa também vai querer fazer o mesmo e aprender a "falar estranhamente". Foi isso que aconteceu, e os judeus começaram a fazer imitações desses sons que para eles eram estranhos, mas que para outros eram sua própria língua materna. Não à toa, Paulo, mais adiante, tenta frear essa prática que claramente estava causando confusão nas igrejas (1 Coríntios 14:23-25).

Mais adiante, Paulo repreende os irmãos que estão agindo "feito loucos" e inicia a pregação sobre o amor. Muitos homens sérios falam em línguas estranhas; é sim bíblico, mas sem um "fundamento" (1 Coríntios 14:26-33). Estão copiando um comportamento bíblico, mas um comportamento equivocado. No entanto, não devemos julgá-los, lembra? Fazemos parte de um corpo, mas temos uma missão em comum: EVANGELIZAR.

Pregar o evangelho às pessoas pode ser resumido em quatro pontos. É importante notar que esses pontos são orientativos e não são uma regra definitiva; evangelização não se limita apenas a isso. No entanto, esses pontos podem ajudar a manter foco e objetividade ao compartilhar a mensagem:

1-   Deus criou todas as coisas, tudo é puro e magnifico;

Quando Deus criou todas as coisas, tudo era perfeito e bom, todas as coisas inclusive o ser humano (Gênesis 1:31).

2-   O homem rejeita a Deus, o pecado domina tudo e contamina tudo e todos;

Quando Adão peca contra Deus, quando ele o desobedece e dá ouvidos a Satanás, o pecado começa a destruir todas as obras boas de Deus (Romanos 5:12). Por isso, o mundo está cheio de doenças, desgraças, tragédias, injustiças, depressão, tristezas, angústia e dor (Romanos 8:22). O mundo todo ficou mal, não porque Deus abandonou o homem, mas porque o homem abandonou a Deus. O homem se desligou de Deus. Somos criaturas merecedoras do castigo e da condenação (Romanos 3:23). Somos seres desprezíveis, sem glória alguma, fracos e dominados pelo pecado, escravizados por ele (Romanos 6:20).

3-   Jesus vence o pecado naquela cruz, inicia-se a restauração de tudo e todos.

Jesus acabou com o pecado naquela cruz. Ele foi crucificado junto com o pecado de todos naquela cruz, onde o pecado ficou pregado. No entanto, Jesus ressuscitou ao terceiro dia, iniciando uma nova aliança entre Deus e os homens. Jesus é o mediador que nos permite nos religarmos a Deus. Religião significa exatamente isso: religar-se a Deus. Religar é voltar a estar ligado. Adão e Eva estavam ligados a Deus no início, mas o pecado os separou de Deus. Jesus nos reconcilia com Deus através da graça, e para aqueles que estão em Cristo Jesus, não há condenação. Aqueles que permanecem na lei estão sob a maldição da lei (Romanos 8:1; Gálatas 3:10). O pecado é simplesmente a desobediência a Deus; Adão desobedeceu primeiro, e nós continuamos a desobedecer. Mas, pela misericórdia de Deus, hoje podemos escolher obedecer novamente, não através da lei, mas através de Cristo. A Bíblia afirma que Deus amou o mundo de tal maneira que entregou seu Filho para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (João 3:16). Podemos ser obedientes hoje e aceitar que Jesus é nosso Senhor e Salvador, reconhecendo que não é por nosso esforço, mas pela obra que Cristo já realizou por nós naquela cruz. Quando cremos que Jesus é o Senhor e Salvador de nossas almas, somos novamente reconciliados com Deus, e essa ligação é impossível de ser quebrada. Jesus é a cola que nos une. Ele é o segundo ser mais poderoso do universo e restaurará tudo perfeito como era no princípio diante de Deus (Colossenses 1:20). Este é o quarto e último ponto do que significa evangelizar.

4-   Jesus volta de forma triunfante para finalizar e entregar tudo a Deus como era no princípio.

Você se pergunta: por que Jesus fez a obra na cruz e o mundo ainda permanece mal? Jesus iniciou o processo de restauração de tudo naquela cruz. O mais importante para nós ele já fez: nos reconciliou com Deus, pagando pelos nossos pecados. Ele continuou trabalhando após sua ascensão aos céus e, pouco tempo depois, enviou-nos o seu Espírito Santo, que nos sela e nos mantém ligados a Deus perpetuamente. É Ele quem nos dirige, guia, ensina, repreende e nos concede a paz, não a paz que o mundo oferece, mas a paz com Deus (João 14:26; Efésios 1:13; João 16:33).

Salvos em Cristo Jesus, temos a certeza de que estaremos eternamente desfrutando da presença de Deus. O que nos resta é aguardar a volta de nosso Senhor e Salvador para restaurar tudo como era no princípio. Ainda estamos neste mundo mal; ainda teremos aflições, tristezas, dores; ainda nem tudo foi restaurado. Mas temos o conforto de saber que Cristo já venceu este mundo, e é apenas uma questão de tempo até que Ele retorne triunfante. Ele não voltará como servo, como veio anteriormente, para ser submisso; Ele voltará para o julgamento final (Apocalipse 22:12). Todos aqueles que o aguardam morarão com Ele na nova Jerusalém, onde definitivamente não haverá mais choro nem dor (Apocalipse 21:4).

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

ATOS DOS APÓSTOLOS (2:1-4)

ATOS DOS APÓSTOLOS (2:1-4)

No capítulo anterior, Cristo da as últimas ordens e mandamentos aos apóstolos antes de subir aos céus, e ordena aos apóstolos que esperem em Jerusalém o Espírito Santo prometido. Após subir aos céus, dois anjos aparecem ao grupo e são avisados para se preocupar com a segunda vinda de Cristo, pois nada acabou, da mesma forma que Ele subiu aos céus, ele voltaria. Retornando a cidade, após orarem, escolheram um novo substituto para Judas, que abandonou a missão e ministério de apostolado.

Já no capítulo dois, o tão aguardado Espírito Santo é recebido, os batizados por ele falam em várias línguas, são admirados por alguns e ridicularizados por outros. Pedro, em processo de amadurecimento pela nova aliança, batiza várias pessoas, a igreja prospera, cresce muito em número, vários milagres são operados pelos apóstolos e as pessoas permanecem em comunhão, devoção e amor.

PENTECOSTES E O DOM DO ESPÍRITO SANTO: UMA FONTE DE PODER E RENOVAÇÃO.

“1 ¶ Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar;

Pentecostes já era uma data comemorada anteriormente, não foi um novo evento criado por conta do maravilhoso sinal que receberam (Espírito Santo sobre todos em forma de língua).

A palavra Pentecostes é grega e significa quinquagésimo, essa era uma festa da colheita, comemorada 50 dias após a páscoa. Vimos anteriormente no capítulo 1, verso 3 que Jesus após ressuscitado permaneceu com eles 40 dias antes da ascensão aos céus, ou seja, a promessa foi cumprida uns 10 dias após sua ascensão.

2  de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam assentados. 3  E apareceram, distribuídas entre eles, línguas, como de fogo, e pousou uma sobre cada um deles. 4  Todos ficaram cheios do Espírito Santo e passaram a falar em outras línguas, segundo o Espírito lhes concedia que falassem.

Há alguns pontos a se observar aqui: como se manifesta o Espírito Santo ao batizar alguém? O que significa estar cheio do Espírito? Podemos nos esvaziar dele? E quais outras línguas eles falavam? A dos anjos?

1-   EM RELAÇÃO À MANIFESTAÇÃO DO ESPÍRITO SANTO EM ALGUÉM:

Não é garantido que sempre que o Espírito Santo se manifestar, ocorrerão eventos como ventanias, como no episódio mencionado anteriormente, ou terremotos, como na prisão onde Paulo e Silas estavam. Há um processo envolvido. Inicialmente, foi necessária uma manifestação clara do Espírito Santo para demonstrar aos apóstolos e ao mundo o cumprimento da promessa feita em Joel (Atos 2:16). Em seguida, através da imposição das mãos, esse dom de ser batizado pelo Espírito Santo foi transmitido entre os apóstolos. Houve até mesmo alguém que tentou comprar esse poder (Atos 8:18-19), mas tudo isso foi parte de um processo. O resultado final continua o mesmo até hoje: o batismo pelo Espírito Santo ocorre através da pregação da fé.

“Então, Ananias foi e, entrando na casa, impôs as mãos sobre ele, dizendo: ‘Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou para que recuperes a vista e sejas cheio do Espírito Santo.’ Imediatamente, algo como escamas caiu dos olhos de Saulo, e ele recuperou a visão. Então, levantou-se e foi batizado.” (Atos 9:17-18 RA)

Aqui, podemos observar que o Espírito Santo não se manifestou através de vento, terremoto ou qualquer outra forma dramática. Foi uma manifestação mais sutil; as escamas que cobriam os olhos de Paulo foram removidas. Isso não foi simbólico; as escamas realmente caíram dos olhos de Paulo, restaurando sua visão física, e simbolizaram a remoção da venda espiritual que o impedia de ver a verdade sobre sua antiga religião, dando-lhe um novo entendimento, que continuou a se aprimorar ao longo do tempo.

“Quero apenas saber isto de vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou pela pregação da fé?” (Gálatas 3:2 RA)

Anteriormente, vimos o Espírito Santo sendo transmitido através da imposição de mãos. Agora, já em um estágio mais aprimorado, e testemunhando claramente esses acontecimentos, o Espírito Santo é transmitido através da pregação da fé. Pela fé em Jesus, as pessoas são batizadas pelo Espírito Santo.

“Dele todos os profetas dão testemunho de que, por meio do seu nome, todo aquele que nele crê recebe remissão de pecados. Enquanto Pedro ainda falava estas palavras, o Espírito Santo desceu sobre todos os que ouviam a palavra.” (Atos 10:43-44 RA)

Enquanto Pedro ainda falava se manifestou o Espírito Santo. Note a última palavra proferida por Pedro antes da manifestação do Espírito Santo, demonstrando claramente qual é o processo do batismo pelo Espírito Santo: "TODO AQUELE QUE NELE CRÊ RECEBE REMISSÃO DE PECADOS". As pessoas que estavam presentes, ao ouvirem Pedro afirmar que é pela fé em Jesus que seus pecados são perdoados, aceitaram isso de coração, sem proferir uma declaração, sem usar palavras, sem mergulhar em águas; o Espírito Santo desceu sobre todos ali, indicando que TODOS CRERAM EM CRISTO JESUS.


Percebam também que todos que OUVIRAM a palavra de Pedro creram e foram batizados. A salvação é pela pregação, e se havia alguém ali que não estava prestando atenção, comparando aos dias atuais, distraído com o celular, fazendo compras online ou conversando em redes sociais, essa pessoa não estava realmente ouvindo a palavra de Pedro e, portanto, não poderia crer nela e ser batizada através dela.

2-   AGORA, SOBRE A QUESTÃO DE FICAR CHEIO DO ESPÍRITO SANTO:

Encher-se do Espírito Santo significa dar evidência a Ele. Significa entregar o controle de nossos atos cotidianos a Deus, estar transbordando da palavra de Deus, orar constantemente, agradecer constantemente e permanecer conectado com as coisas espirituais. Podemos nos perguntar: como podemos nos encher do Espírito, ou voltar a ser cheios Dele, da mesma forma que fomos no início quando recebemos o batismo?

“18  E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, 19  falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, 20  dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,” (Efésios 5:18-20 RA)

“13  e quando em uníssono, a um tempo, tocaram as trombetas e cantaram para se fazerem ouvir, para louvarem o SENHOR e render-lhe graças; e quando levantaram eles a voz com trombetas, címbalos e outros instrumentos músicos para louvarem o SENHOR, porque ele é bom, porque a sua misericórdia dura para sempre, então, sucedeu que a casa, a saber, a Casa do SENHOR, se encheu de uma nuvem; 14  de maneira que os sacerdotes não podiam estar ali para ministrar, por causa da nuvem, porque a glória do SENHOR encheu a Casa de Deus.” (2 Crônicas 5:13-14 RA)

 

Uma das referências acima nos diz o óbvio: estar embriagado não nos deixa cheios do Espírito. Mas a chave principal que essas referências trazem se diz respeito aos louvores em honra e glória a Deus.

Nas Escrituras, encontramos referências à importância dos cânticos e salmos em louvor a Deus, que nos permitem ser cheios do Espírito Santo. Ao cantarem e louvarem a Deus, a igreja experimentou a plenitude de Sua presença. Da mesma forma, quando louvamos a Deus, nossos corações se enchem da Sua presença. Quando as Escrituras mencionam louvores a Deus, referem-se a louvores Cristocêntricos e Teocêntricos, mas não a louvores antropocêntricos. Estes últimos, que têm o homem como centro, não estão em conformidade com o que as Escrituras ensinam (Salmo 115:1, Lucas 18:11-12). Em vez de nos enchermos do Espírito Santo de Deus, esses louvores apenas nos tornam mais egoístas, vaidosos e egocêntricos, pois representam uma forma de idolatria e uma falsa teologia que alimenta o orgulho espiritual.

Mas além de louvores, há também outras formas que nos ensinam a como ficar dominado pelo Espírito Santo de Deus:

-Orar;

-Estudar e meditar na Palavra de Deus;

-Render-se a Deus e sua vontade: estar cheio do Espírito é abrir mão do controle próprio e entregar tudo ao controle Dele, isso requer humildade, submissão e disposição para obedecer a Sua vontade;

-Cultivar relacionamentos saudáveis entre os irmãos, encorajando-os, compartilhando e testemunhando experiências de fé entre crentes.

Outra maneira de estarmos cheios do Espírito Santo é EVITAR INTRISTECE-LO:

“Não “apagueis” o Espírito.” (1 Ts 5:19 RA)

Essa palavra no original grego significa sufocar, suprimir, abafar.

“E não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção.” (Efésios 4:30 RA)

Uma forma de manter nosso Espírito Santo atuante e forte é não entristecê-lo, é não buscar satisfazer os desejos da nossa carne. Lembrem-se, o Espírito Santo vive em constante luta com nossa carne. Mantê-lo mais forte significa mantê-lo dominante sobre nossos desejos carnais. O inverso é proporcional: manter como prioridade em nossas vidas os desejos carnais e as rotinas diárias, em detrimento dos divinos, não faz com que Deus arranque o Espírito Santo de nós, mas faz com que a carne fique mais forte e abafe a chama ardente do Espírito Santo de Deus:

“16 Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. 17  Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer.” (Gálatas 5:16-17 RA)

Ainda sobre a questão de ficar cheio do Espírito Santo:

“1 ¶ Aconteceu que, estando Apolo em Corinto, Paulo, tendo passado pelas regiões mais altas, chegou a Éfeso e, achando ali alguns discípulos, 2  perguntou-lhes: Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes? Ao que lhe responderam: Pelo contrário, nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo. 3  Então, Paulo perguntou: Em que, pois, fostes batizados? Responderam: No batismo de João. 4  Disse-lhes Paulo: João realizou batismo de arrependimento, dizendo ao povo que cresse naquele que vinha depois dele, a saber, em Jesus. 5  Eles, tendo ouvido isto, foram batizados em o nome do Senhor Jesus. 6  E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo; e tanto falavam em línguas como profetizavam.” (Atos 19:1-6 RA)

Percebam nessa referência e nas outras possíveis referencias cruzadas que o dom do Espírito Santo recebido não deixava as pessoas iguais como eram antes; havia uma clara mudança. O que mais marcou ou mostrou as pessoas fazendo após receberem o Espírito Santo foi falar em línguas e profetizar. E podem ter certeza de que o que elas falavam em línguas eram profecias, ou seja, não pode alguém possuir o Espírito Santo e permanecer como era antes.

E sobre a questão de profecias, seria esse dom a habilidade que a pessoa teria para dar “pitaco” em tudo e para todos?

No grego antigo, a palavra “PROFETIZAR”, a depender do contexto, significa:

a) proclamar por inspirações divinas, predizer;

b) profetizar, com a idéia de prever eventos futuro que pertencem esp. ao reino de Deus;

c) proclamar, declarar, algo que pode apenas ser conhecido por revelação divina;

d) irromper sob impulso repentino em discurso ou louvor sublime dos conselhos divinos;

e) sob tal impulso, ensinar, refutar, reprovar, admoestar, confortar outros;

f) agir como um profeta, cumprir o ofício profético.

Lembra de Estevão? O que ele estava fazendo? Ele estava profetizando, de forma sublime, cativante, entusiasmado, falando para os que posteriormente o apedrejaram sobre o reino de Deus, sobre Jesus, e ainda o viu em pé ao lado de Deus (Atos 7:55-56). Isso é uma das formas de profetizar. Outra ainda que é corriqueiro nas igrejas é a segunda assinalada, onde diz que profetizar é ensinar, refutar, reprovar, admoestar, confortar, testemunhar, evangelizar, etc.. (1 Coríntios 14:3).

Vemos inúmeras passagens de Paulo ensinando, repreendendo, refutando, seja em sinédrio, em Éfeso, em Atenas, nas prisões, nas cartas (Atos 17:17; Atos 19:8-10; Atos 17:22-31; Filipenses 1:12-14). Estamos vendo agora nesse capítulo o próprio Pedro assumindo seu papel de líder e esclarecendo a todos o que significa essa manifestação única de pessoas falando em línguas estranhas (Atos 2:14-21). Isso também é profetizar, temos que tirar da cabeça essa ideia de que profetizar é apenas prever o futuro (1 Coríntios 14:3).

Acontece e muito em meio evangélico a sede por esse dom, o dom da profecia, como se quem a tivesse fosse mais espiritual que outros, mas na verdade, quase que por maioria absoluta (e isso por impressão minha) não passa de um exibicionismo religioso, vaidade: “VOU DAR PITACO EM TUDO PARA QUANDO ACERTAR DIZER 'EU DISSE!!!'” (Mateus 6:1-6). Irmãos, até relógio quebrado acerta a hora duas vezes por dia.

“Sabe que, quando esse profeta falar em nome do SENHOR, e a palavra dele se não cumprir, nem suceder, como profetizou, esta é palavra que o SENHOR não disse; com soberba, a falou o tal profeta; não tenhas temor dele.” (Deuteronômio 18:22 RA)

“7  Não vedes visão de vaidade e não falais adivinhação mentirosa, quando dizeis: O SENHOR diz, sendo que eu [tal] não falei? 8  Portanto, assim diz o Senhor JEOVÁ: Como falais vaidade e vedes a mentira, portanto, eis que eu [sou] contra vós, diz o Senhor JEOVÁ.” (Ezequiel 13:7-8 RC)

Em relação à 'futurologia', um dos dons preferidos da profecia, porque querem sim o dom da profecia apenas para prever o futuro, mas não pedem esse dom para poder evangelizar com mais autoridade (1 Coríntios 14:3). O que mais tem por aí é profetada furada, ou seja, vaidade de quem não tem respaldo de Deus sobre o que está prevendo (Jeremias 23:16). Mas vamos ver um caso exemplar de um personagem muito famoso que foi extremamente mimado, egocêntrico e vaidoso com o dom poderoso que tinha:

“Deus viu o que eles fizeram e como abandonaram os seus maus caminhos. Então mudou de idéia e não castigou a cidade como tinha dito que faria.” (Jonas 3:10 NTLH)

“1 ¶ Por causa disso, Jonas ficou com raiva e muito aborrecido. 2  Então orou assim: —Ó SENHOR Deus, eu não disse, antes de deixar a minha terra, que era isso mesmo que ias fazer? Foi por isso que fiz tudo para fugir para a Espanha! Eu sabia que és Deus que tem compaixão e misericórdia. Sabia que és sempre paciente e bondoso e que estás sempre pronto a mudar de idéia e não castigar.” (Jonas 4:1-2 NTLH)

Vamos voltar um pouco nessa história e entender o que aconteceu anteriormente:

“Jonas entrou na cidade, andou um dia inteiro e então começou a anunciar: —Dentro de quarenta dias, Nínive será destruída!” (Jonas 3:4 NTLH)

A missão que Deus deu a Jonas foi: Dizer à cidade que ela seria destruída em 40 dias. Jonas foi extremamente vaidoso a ponto de fugir de Deus e da missão que Deus deu a ele de profetizar contra a cidade de Nínive.

Desde o início, ele sabia que o que faltava para aquele povo era alguém falar sobre o pecado; estavam confortáveis pecando contra Deus sem ressentimento, precisavam de alguém para alertá-los e mostrá-los o quão desalinhados estavam da vontade de Deus.

Jonas sabia isso de forma tão clara que preferiu fugir da missão dada por Deus. Ele sabia que o povo de Nínive se arrependeria de seus pecados e sabia que Deus seria misericordioso e os perdoaria depois que se arrependessem.

Mas lembram o que dizem as Escrituras sobre as profecias que não se cumprem? Jonas estava preocupado com o seu ego, com o que iriam pensar dele, não estava nem aí para a conversão dos pecados daquela cidade, mas sim com o cumprimento da palavra que ele anunciava.

Enfim, a profecia é, de fato, um dom maravilhoso, assim como vários outros (João 3:16). No entanto, raramente vemos alguém orar para receber o dom de ofertar mais, ou de ter o dom de ajudar pessoas deficientes e idosas (Mateus 25:35-40). A esmagadora maioria ora pelo dom da profecia, não pelo dom completo que envolve servir de maneira abrangente, como estudamos acima, mas apenas pela capacidade de prever o futuro, muitas vezes para satisfazer seu próprio ego e vaidade (1 Coríntios 14:1; 1 Pedro 4:10).